Capes e eu (I)

Essa novela começou ano passado com uma pré-seleção na faculdade. Apareceu uma notícia no site sobre um intercâmbio e eu preenchi inocentemente um formulário. No final de janeiro outra notícia no site "Resultado de pré-seleção FPS" e eu tinha até 30 de janeiro pra preencher o formulário de inscrição. Agora sim a novela começa.

Primeiro problema: precisava de documentos scanneados. Estava em Teresina pra uma formatura e os documentos em Recife. Solução: catar o que fosse possível na internet, tirar foto do resto pra colocar em formato de pdf e fazer a inscrição.

Segundo problema: precisava de um teste de proficiência em língua inglesa. Não sabia onde nem como fazer. Solução: google na vida e inscrição o IELTS.

Terceiro problema: pqp, que prova é essa? Solução: usei todo o meu talento (?) e consegui 5,5. 

Mais uma etapa ultrapassada. Segundo o edital, teria direito a um curso intensivo de inglês de 1 mês antes das aulas começarem em setembro, no Reino Unido. O formulário da UUK deveria ter sido preenchido pelos alunos selecionados em março. É abril e nada.

Quarto problema: capes manda um e-mail com novas datas. O formulário será preenchido no final de abril, resultados até início de julho e tempo pra um curso intensivo de inglês foi pro espaço. Solução: sentar e chorar, digo, esperar.

Quinto problema: capes manda outro e-mail falando que o curso intensivo de inglês será realizado de forma online no Brasil pelo conselho britânico e que os alunos seriam submetidos a um novo teste de proficiência. A pergunta que não quer calar: quem vai pagar os 440 reais da nova prova? Solução: sentar e chorar. Esperar que o capes se manifeste acerca de se responsabilizar pelos custos de novos testes.

O programa dito Ciências sem Fronteiras colocou tantas fronteiras. Segundo o edital, alunos de programas sociais teriam prioridade. Mas vejam só, sou aluna Prouni, logo não tenho recursos financeiros e ficar custeando provas e mais provas de proficiência é um preço muito alto a ser pago.

Há meia hora recebi mais um e-mail da Capes. Segundo ele, a Capes e a UUK entraram em consenso e alunos com nota 5,5 no IELTS fariam o curso no UK e não precisariam repetir o teste. E ainda teriam passado mais uma etapa, com seus nomes sendo encaminhados para alocação em universidades britânicas.

E a novela ainda não acabou. Aguardemos os próximos capítulos.